A melhor coisa que posso dizer acerca desta peça que fui ver ontem à Casa das Artes Famalicense é que a minha vida já se bastaria se tivesse escrito aquele guião e, claro, o visse (tão bem) encenado, como eu, e espero que muitas outras pessoas, o vi.
Mas o texto é da autoria do brasileiro João Falcão, muito embora pudesse perfeitamente ter sido escrito por um improvável cocktail Pessoa+Auster+Jô Soares, tal é o equilíbrio entre comicidade e reflexividade.
Em palco, uma fantástica interpretação de Joana Solnado e Manuela Couto, a mulher de vestido francês fabricado pelas fiandeiras da Tailândia com 20 e 50 anos, respectivamente. Falam sobre o que querem ser no futuro e o que queriam ter sido no passado. E vão reinventando esses desejos em função do conhecimento que vão obtendo acerca daquela vida presente e futura - ou será passada? Hummm... E especula-se sobre "e se não tivesse conhecido fulano? não teria...". E a história gira sobre si mesmo, e põe-nos a nós, espectadores, a fazer literalmente as vezes de actores. Hilariante.
Tendo oportunidade, não percam, jovens. Mesmo. Ligeiro qb, inteligente, mui divertido.
(Já deu para perceber que está aprovadíssimo?)
2 comentários:
Também quero! :)
Vi a anunciar so agora, nem sabia que e se esteve em Lisboaa!! Tambem queroooo :)
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