... que verbalizo abertamente sobre a maior frustração da minha vida, a ver se me faz o favor de ser catártico.
Estava há pouco debruçada sobre as EQMs quando li acerca dum estudo duma britânica, Elizabeth something. A falecida entrevistou doentes terminais para daí desenhar 4 ou 5 das etapas atitudinais por que passam os aflitos antes de perecerem.
A 1ª era a negação ("não, isto só acontece aos outros, reú-beú-beú...").
A 2ª, o pânico (tapa-se a ferida com Cipralex e Prazam) e a raiva (e vai de malhar nos mais próximos, tipo papis e companheiro, que ninguém lhes manda estar sempre por perto).
Em 3º, vinha a negociação (e andei 2 anos a fazer o crisma e 2 níveis de reiki e spiritual engagement e tudo).
Por último, diz a Beth, a aceitação, fase muito próxima do fim. Às vezes compreende episódios de alucinação (!).
Pois, prendamos a nossa atenção no último dos estádios. Depois de 2 ou 3 dias emigrada no mundo fantasioso das contas impossíveis, eis-me no reerguer do luto. Já me apercebi que dali não saio. Que vou continuar a esbanjar 40% do meu salário em combustíveis e portagens. Que continuarei a 1 hora e 20 de distância de um qualquer teatro, sala de cinema com mais de 1 filme ou centro comercial (os shoppings, não obstante todas as acusações, são óptimos: permitem-nos anonimato...). Que não vou conseguir sair a correr para dar aquele abraço em tempo real àquela pessoa. Que não vou poder engordar livremente à pala dos croissants fresquinhos da Caneiros. Que vou continuar a viver a vidinha de 2ª a 5ª, para viver um fim-de-semana enviesado e sempre condicionado pelas 4 solitárias horas de carro.
Coitadinha de mim. Primeiro, durante muuuuiiito tempo, foi assim. Agora? Ainda é, menos, bastante menos, porém. Já me indaguei muito sobre o porquê. Se é uma dívida kármica, se a culpa é do Balança com ascendente em Gémeos, se é só azar e mau fado.
Bull shit. Irredutivelmente: ou como e calo ou ponho-me a toques e vou à vida. Mas dasse, quem me mandou a mim gostar tanto disto? E onde é que mo deixam fazer a tempo inteiro, com ele a cair certinho e direitinho a cada 23? E agora deixo aquilo e fico 2 anos penalizada, passam-me 7 centenas de chocas como eu à minha frente, saio rabinho entre as pernas sem susbídio de desemprego, depois de tanto tempo a encher os cofres dessa máquina que começo a odiar visceralmente. E torço as orelhas toda a santa noitinha, que é coisa minha cismar bem cismadinho como ninguém.
Sim, sou uma indecisa cobardolas. Mas não as há por aí com rabinho virado pá lua? Quisera eu.
7 comentários:
Está tudo dito! Levantar a cabeça e seguir!
Entendo-te muito bem...
Nunca estive onde estás... no sentido que nunca estive mais que a contrato... mas entendo esse gostar tanto... esse vibrar com as matérias... esse vibrar com as descobertas deles... esse sentir que se faz a diferença...
É que por mais difícil que seja, por mais que nos façam a vida num Inferno e nos façam levantar a voz e por mais pais parvos que tenham, os miúdos fazem tudo valer a pena.
Custou-me muito tomar a decisão de deixar essa vida para trás. Muito mesmo. Mas para mim era inevitável.
O teu caso é mais complexo e é teu. A decisão cabe-te a ti e só a ti.
Beijinhos e bona Fortuna :)
Certamente que o karma te recompensará mais dia menos dia.
Acho que, no fundo, é importante uma pessoa gostar mesmo daquilo que faz e se, pelo menos nesse aspecto, isso acontece contigo, então conseguirás encontrar sempre forças para ir aguentando os outros aspectos menos positivos até um dia, finalmente, as coisas se comporem.
Ainda que a minha situação seja diferente, como te compreendo, amiga, em muitas das coisitas que verbalizas. Posso ir para casota do lado, mesmo que não tenha palmeira?
Bjokas
Romicas
Ianita, foi ver-me andar a dizer este tempo todo k tava disposta a largar tudo, a trabalhar num balcão, se não surgisse + nada, mas, agora na iminência... bigada
Paulo e ró, ... bj
que tempos de merda estes... isa, a minha solidariedade e bola pra frente (n conforta saber isto, mas a vida está assim mt complicada para gente a mais..)
Eu tb sou de "ruminar" assim os assuntos que me apoquentam.
bigada, *
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