12 janeiro 2009

1º beijo

Já não sei a reboque de que tópico de conversa disparatada, este fim-de-semana evocou uma recordação muito longínqua: a minha primeira beijoca. Mas só lá vai muito tempo porque o correr do tempo não é regressivo. Em rigor, e não me envergonho muito de o dizer, esta foi uma experiência tardia, tipo 16 anos. (Isto se excluirmos aquele assédio de que foi parte o meu vizinho Marito, coitado, a quem eu roubava looonnngos ósculos, tínhamos nós 5 anos. Nos campos dos meus avós maternos. No calor do Verão. Os dois, muito sós. Já disse que foi no tempo do calor? Muito calor. E já sabíamos que a pombinha não é só um pássaro, hi hi... O Marito vai casar.)
Então, foi numa Primavera, na noitada do S.Pedro, no parque das Taipas. O jovem vimaranense já me andava cortejar havia um mês, dançando comigo os slows das matinés dominicais do Penha Club em regime de exclusividade. Olhares muito lânguidos, mas mãozinhas respeitadoras, a relação lá ia sobrevivendo sem trocas salivares, alimentando-se apenas de conversas telefónicas de hora e meia. Mas lá acabou por chegar o nosso momento.
Dadas duas ou três voltas de carossel, encaminhámo-nos para o parque, à procura de um banquinho. Ó tens; noite de santos populares, está-se mesmo a ver: 7 cães a um osso... Tivemos que nos resignar a um daqueles postes de madeira erectos para a malta saltar ao eixo. Assim teria que ser. E prontos, pormenores não me lembro, mas seja pela doçura da distância temporal, seja pelas reais skills do Sérgio e de moi même, sujeita activa neste processo de enamoramento, lembro-me de que eram uns beijos quentes, macios e doces.
Ora, o exercício de memória que deu origem a este post veio a seguir, quando as minhas primas (eu sou a mais velha do clã) quiseram saber de tudo, sentadas numa manta na varanda do quarto do meu irmão. Eis que a meio do relato uma daquele vasto leque de virgens de lábios me perguntou a que se assemelhava um beijo. Bolas, eu não tinha assim tanto currículo para descrever aquela maravilhosa experiência - ainda eu não imaginava as outras maravilhas que se podiam desenvolver com um número mínimo de duas pessoas...
Como a ideia não era dar uma aula prática, lá dei o meu melhor, fazendo uso dos meus ainda parcos conhecimentos e de uma grande, mas mesmo grande metáfora física: "Então, fechem a mão direita [Vá, toca a fazerem enquanto lêem], humedeçam bem a língua, mais um bocadinho, tem de estar bem molhada, e, lenta, mas vigorosamente... passem-na pelo meio dos tocos da mão!". (É claro que expliquei que a existência de um parceiro tornava a coisa mais interactiva)
E foi ver aquela mão cheia de criaturas lambuzar os dedos, à espera de um prazer sensual até então só assegurado por uma sandes de bolachas Maria com manteiga, açúcar e Nesquick! Uma lolada, uma exasperante cena de fiel e cega relação entre mestre e alunas!! Muito mau, mijo-me a rir só de pensar nas figurinhas da Cris, Pxá, Raquel, Nela e Sarocas (?)... E nas minhas, já agora!
Mas certo é que, volvidos estes anos todos, não me ocorre maneira melhor, nem pior!, de descrever a recepção de um beijo. Desafio-vos a fazê-lo.
PS - Paula, vieste embora mais cedo, não ouviste esta historieta ao vivo e a cores!

14 comentários:

Jorge Rita disse...

Eu não me lembro do primeiro beijo. Mas recordo beijos que agorinha me apetecia repetir...eheheheh.
E sim, partilhei a experiencia e não lhe acho piaqda!
ehehehehhehe
(Grande descrição!)
Beijos!!!!

Bruno Marques disse...

Muito boa a história. É delicioso recordarmos com um sorriso alguns momentos passados. Todos temos histórias semelhantes e igualmente húmidas...LOL :)

Lídia disse...

este post está uma delícia!!
desculpa ainda não ter dito mais nada, mas tenho andado ocupada...

;)kiss

Ianita disse...

Não há nada como esta sensação que quase vómito... de aperto no estômago, de borboletas a dar às asas na barriga... Ui!

Muito bom mesmo!

E a verdade é que todos os 1ºs beijos são assim... a antecipação, o medo, a vontade... tudo concentrado naquele momento irrepetível... :)

Kisses

sweetie disse...

Eu lembro.me bem do meu 1º beijo (acho que nunca vou esquecer!) Não sei descrever lá muito bem, mas sei que estive o tempo todo (antes, durante e depois) à espera de ver o meu coração a sair do peito! =P **

Isandes disse...

humidade, vómitos e borboletas, coração a voar... bons elementos a incluir na descição!

Anónimo disse...

Tou a ver que perdi uma grande conversa eheheh
Gostei do texto
Continua miuda
Temos k marcar o proximo jantar.
Que tal num brasileiro?
Kiss

irre_place_able disse...

Amiga, sendo eu o experiente que sou hoje em dia nesse campo (oh oh... olha pra ele), não associo de todo essa táctica ao dito "beijo", porém... Com aquela idade e inocência, e pra desflorar as mentes das primas e amigas, foi sem dúvida a explicação mais soft que poderias ter encontrado!
Melhor que esta conversa, só mesmo a seguinte sobre o dedo médio, ou a dança dos animais! :)

Kiss

Isandes disse...

Paula, brasuca parece muito bem!
Inclui bailarico, né? Tá no ir!

FP disse...

ADOREI! também me transportaste para a adolescência. Eu fiz o teste dos tocos (o que são tocos?) da mão e acho que preciso de um desenho :D

O meu primeiro beijo, com lingua e tudo, não foi nada parecido com o teu. Eu não tinha especial interesse no rapaz. Ele pediu-me um beijo e eu dei-lhe dois, mas acho que usei demasiada lingua :D. Depois lá me ensinou... LOL

Anónimo disse...

Bailarico e caipirinha...
Tens mt jeito pra essas coisas nao queres tratar tu com o pessoal? :)
Kiss

Anónimo disse...

Bailarico e caipirinha...
Tens mt jeito pra essas coisas nao queres tratar tu com o pessoal? :)
Kiss

Isandes disse...

Flávia: tocos são aqueles 4 ossos da mão k ficam salientes quando cerras o punho... sim, eu sei, não se assemlha nada a 1 boca. olha, foi o k s arranjou! kiss

Paula, o pessoal já não é o k era... tu és capaz de conseguir mobilizar melhor os cotas... kiss

PontoGi disse...

Linda. O meu primeiro foi demasiado romantico!
beijos