Anda a malta a mandar alinhar a direcção, a alimentar o bólide com gasóleo aditivado (claro que apenas no início de cada mês, invariavelmente), a esfregar da matrícula mosquitos, vespas e pardelhos, a ser anormalmente simpática para com o mecânico a fim dele fintar a sua natural tendência para abusar dos clientes tipo "como-um-boi-a-olhar-para-o-palácio" (sócia benemérita nº1), a não se gozar da antena amovível para não a gamarem, a comprar ambientadores carotes, a..., a..., e depois... truflas! Uma dor aguda, dilacerante, porém incontornável.
É que não é só TE-RUm; é TE-RUm-TE-RUumm. Acho que é por as tampas serem coisas um pouco medrosas. Não são capazes de estar ali, no chão, solitárias, resignando-se a cumprir as funções para que foram concebidas. Andam sempre aos pares (pelo que o som é fotocopiado, a dor é em duplicado e os palavrões são elevados ao quadrado). E nunca estão arrumadas num cantinho da estrada! Estão sempre obliquamente plantadas. Nem suficientemente perto para que possamos apanhá-las entre o intervalo das 2 rodas, nem suficientemente distantes; temos que levar sempre com as duas. É tipo aquele champô que estamos habituados a usar mas que quando precisamos de o levar para casa só pode ser comprado se trouxermos também o amaciador impingido pela promoção, que os plastifica e lhes coloca um autocolante piroso, publicitando o alegado achado que é adquirirmos o pacote. E depois, quando vamos para usar o champô, não conseguimos tirar completamente o quadradinho autocolante, pelo que os dedos se colam lá, BBRRR...
Há quem diga que são de saneamento, outros dizem que têm a ver com o telefone. Eu cá não sei. Mas incomodam. Vai a gente ao volante, tentando manter um semblante positivo, tentando pensar e agir positivo, para que o Universo nos devolva na mesma moeda e depois, já sabem, o TE-RUm-TE-RUumm que nos vai ao psicológico, que mina o esforço diário que fazemos para desvalorizar as coisas más deste país.
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A origem das curvas nas estradas, já a conhecemos: "...era um engenheiro inglês, que veio para Portugal fazer obra no governo do Sr. Cavaco, perguntavam-lhe: -Mais one curve, mister ingenhêro?, e ele, que não percebia os tugas, nem ´tava paí virado, -YeS., e prontos, um S, e mais outro e ainda outro mais."
Agoras as tampas?!? Não há necessidade, na minha humilde emissão de juízo de valor.
2 comentários:
Não vives no Couto de Cambeses!Se vivesses saberias que buraco e Tum-Tum são coisa do dia a dia e praga inevitável...
Bjo
Ah! Este texto está exelente!
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