25 setembro 2008

Este texto autodestruir-se-á

... eventualmente.

Ponto da situação: acabei de cumprir mais uma viagem de 360 kms, estou com SPM, hoje não comi nenhum chocolate, estou a ouvir Keane com "She Has No Time", a flatulência da minha cadela está a agudizar-se e, um pouco mais a sério, tenho o meu bro longe.

E isto das distâncias é coisa contraditória. A Madonna dizia que se amavam mais intensamente "miles away"; os etimólogos virados para a semântica, semiologia e afins, dizem que a saudade é uma palavra exclusivamente portuguesa, cujo conceito não é traduzido para língua absolutamente mais nenhuma com toda a sua plenitude.

E o que sinto é uma coisa incompleta. Agora, como sempre. Então, claro que sei que uma relação pode ser interrompida, permanecendo a sua essência preservada. Então mas, pergunta outro eu, entre pessoas, entre família, não deveríamos estar sempre pertinho uns dos outros? Para dar um abraço, dar a provar a mousse de chocolate caseira que fizemos para a sobremesa de Domingo à tarde, para encomendar um ralhete, para... para não estar. E a gestão do que sentimos faz balancete com o que sabemos ser racional? Ora, ora, muitos pontos de interrogação e poucas certezas...


3 comentários:

Ianita disse...

Pois... entendo-te.

Eu sou a típica mamã. Não tenho filhos, mas pareço uma mãe na forma como faço questão que tudo à minha volta está bem, que todos estão felizes e contentes.

Custa-me muito que não esteja ninguém para provar a mousse de chocolate que se fez de propósito para a sobremesa de Domingo.

Custa-me muito a ausência. Física, de palavras, de afectos. Custa.

Isandes disse...

Ian, deves ser virgem ou balança, como eu... Ou então é só por sermos mulheres e gostarmos da Anatomia de Grey ;)

Anónimo disse...

Ai ai...