24 agosto 2008

A bunda, que engraçada

A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo,
nunca é trágica.

Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo.
A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora – murmura a bunda –
esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.

A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio.
Anda por sina cadência mimosa,
no milagre
de ser duas em uma,
plenamente.

A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se.
Montanhas avolumam-se, descem.
Ondas batendo numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda.
Vai feliz na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.

A bunda é a bunda, rebunda.



Carlos Drummond de Andrade

* Já podem respirar! Para mais momentos eróticos, encostem o dedo.

3 comentários:

irre_place_able disse...

Very familiar... hum... :P

Tens k tentar pôr o audio, tava espectacular!

:) Kiss*

Anónimo disse...

Já dizia o poeta da viela :"Te amo Girimunda! Você é feia de cara mas boa de bunda!"

Isandes disse...

In_substituí_vel: tento, logo desisto...

Anónimo: isso não era da mesma sitcom da comadre Marcela?