30 agosto 2008

Dói muito

"TE-RUm, TE-RUumm" é um som a que infelizmente já nos habituámos.

Anda a malta a mandar alinhar a direcção, a alimentar o bólide com gasóleo aditivado (claro que apenas no início de cada mês, invariavelmente), a esfregar da matrícula mosquitos, vespas e pardelhos, a ser anormalmente simpática para com o mecânico a fim dele fintar a sua natural tendência para abusar dos clientes tipo "como-um-boi-a-olhar-para-o-palácio" (sócia benemérita nº1), a não se gozar da antena amovível para não a gamarem, a comprar ambientadores carotes, a..., a..., e depois... truflas! Uma dor aguda, dilacerante, porém incontornável.

É que não é só TE-RUm; é TE-RUm-TE-RUumm. Acho que é por as tampas serem coisas um pouco medrosas. Não são capazes de estar ali, no chão, solitárias, resignando-se a cumprir as funções para que foram concebidas. Andam sempre aos pares (pelo que o som é fotocopiado, a dor é em duplicado e os palavrões são elevados ao quadrado). E nunca estão arrumadas num cantinho da estrada! Estão sempre obliquamente plantadas. Nem suficientemente perto para que possamos apanhá-las entre o intervalo das 2 rodas, nem suficientemente distantes; temos que levar sempre com as duas. É tipo aquele champô que estamos habituados a usar mas que quando precisamos de o levar para casa só pode ser comprado se trouxermos também o amaciador impingido pela promoção, que os plastifica e lhes coloca um autocolante piroso, publicitando o alegado achado que é adquirirmos o pacote. E depois, quando vamos para usar o champô, não conseguimos tirar completamente o quadradinho autocolante, pelo que os dedos se colam lá, BBRRR...

Há quem diga que são de saneamento, outros dizem que têm a ver com o telefone. Eu cá não sei. Mas incomodam. Vai a gente ao volante, tentando manter um semblante positivo, tentando pensar e agir positivo, para que o Universo nos devolva na mesma moeda e depois, já sabem, o TE-RUm-TE-RUumm que nos vai ao psicológico, que mina o esforço diário que fazemos para desvalorizar as coisas más deste país.

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A origem das curvas nas estradas, já a conhecemos: "...era um engenheiro inglês, que veio para Portugal fazer obra no governo do Sr. Cavaco, perguntavam-lhe: -Mais one curve, mister ingenhêro?, e ele, que não percebia os tugas, nem ´tava paí virado, -YeS., e prontos, um S, e mais outro e ainda outro mais."

Agoras as tampas?!? Não há necessidade, na minha humilde emissão de juízo de valor.

Senhores prestadores de serviços da área da colocação de tampas (já agora, muito desniveladas relativamente ao chão das estradas, f* assim os carros todos), Senhores, perguntava eu, para quando uma solução? É que tenho para mim que elas parecem estar a multiplicar-se em número e a avolumar-se em termos de prejuízos causados. Físicos e emocionais. Isto é coisa séria...

2 comentários:

Jorge Rita disse...

Não vives no Couto de Cambeses!Se vivesses saberias que buraco e Tum-Tum são coisa do dia a dia e praga inevitável...
Bjo

Jorge Rita disse...

Ah! Este texto está exelente!