31 julho 2008

Friday dinner

Um dia destes, reuni com uma malta que já não via há algum tempo. A alguns, já não os avistava desde a década de 8O...
Desde então muita coisa mudou. Os "aillerons" dianteiros, fixos com a persistência da laca materna e orgulhosamente exibidos no alto da testa, CAÍRAM em desuso; a cinta das calças desceu 8,5 centímetros; não se usam já os punhos brancos das camisas revirados um palmo por cima das camisolas... E claro, os humores, os valores, as atitudes, as prioridades e expectativas mudaram também.
Antecipadamente compreendida e aceite a ideia de que o jantar giraria em torno de tópicos como a gravidez, os primeiros dentes do filho varão, o embargo da construção da vivenda e outros que tais, preparei-me para um serão onde teria oportunidade para ouvir as gargalhadas daquelas pessoas que me eram mais especiais e para, fundamentalmente, de alguma forma preencher com a cumplicidade possível aquilo que um hiato de tempo nos havia anestesiado.
Acontece que cada um de nós parecia protegido por uma redomazinha. Do lado de dentro, encontravam-se as respectivas famílias, os afazeres do emprego e algumas pequenas extravagâncias; do lado de fora, impunha-se uma distância de segurança, como se em caso de invasão do perímetro, essa bolha rebentasse irremediavelmente.
Em jeito de resumo: passou-se a noite a perguntar quem, o quê e onde. Poucos indagaram como e porquê. Percebi que todos podem (e devem) efectivamente permanecer no coração; apenas não lhes posso, nem eles a mim, exigir que se reconheça, entenda e ame o novo eu.

2 comentários:

Lídia disse...

eu, que não te conheço da década de 80 pois era muito novinha..., gosto muito do eu que conheci e orgulho-me de ter conhecido alguém assim... beijo grande

A. Fernandes disse...

sis,

as always, nice and smooth...

beijinhos