22 agosto 2008

Viagens ao mim

Ao conversar com uma amiga, compreendi e apropriei-me, dos verbos compreender e apropriar-se, dum paralelismo que é muitas vezes estabelecido por escritores, pensadores, figuras públicas e outros que dão entrevistas ou escrevem para as massas anónimas de gentes importantes como nós. E esse paralelismo é o da viagem exterior/ física versus viagem ao interior de nós.


Eu sempre gostei de comparações, metáforas, dos malabarismos de simbologia e de todo e qualquer outro jogo de palavras (sou, assumidamente, mulher das letras). Mas na verdade, tudo analisadinho à lupa, essa correlação não me servia, a mim e ao meu universo de ideias e vivências emocionais. A meu ver, tal não passava de delírio poético, nascido dum esforço para trazer sentidos subliminares a experiências terrestres, banais, repetidas.


O que é certo é que nas 3 curtas viagens que fiz este ano, todas com pessoas diferentes, descobri características (nem importa se defeitos se virtudes) que não sabia ter em mim. Mas que porra!, conheces-te há ... anos e toda segura de ti, coisa e tal, que és assim e assado e afinal, olha olha, levas por tabela, também és aquilo que não gostas em fulano e até tens o que admiras em sicrano e ..., fui concluindo. Bem, isto dá cá um abalo no sistema!


E onde é que eu quero chegar? Sei lá eu. Só sei que, como me disse o meu mestre (e a minha amiga também), "vês nos outros o que tens em ti" - não necessariamente aqui e agora mas em algum momento da vida, acrescentaria eu. Somos espelhos uns dos outros, reflectindo as várias partes que formam o todo. Esqueço-me muito disso.

1 comentário:

Anónimo disse...

É bom que chegues a esse auto conhecimento. Provávelmente só não o fizeste antes por preguiça.
:)